Despedida da Biboca: quando um bar é também resistência cultural
Além da comida de inspiração latino-americana, o local foi um refúgio para a arte independente na cidade.

Nesta segunda (18) Bruno, proprietário do Biboca, anunciou nas redes sociais do bar que o estabelecimento ia encerrar suas atividades: “Obrigado por tudo @biboca.original saber que seu fim não foi por culpa nossa nos entristece mas ao mesmo tempo nos conforta, você sempre será uma lembrança que nunca irá se apagar!”
Mas a perda não se restringe apenas aos proprietários e aos consumidores do bar: além da comida autoral com estética latino-americana, o estabelecimento se destacou por ser um espaço cultural, que recebia artistas independentes no contexto da música, artes visuais e cultura urbana.
Em entrevista ao Passaporte Cultural com Bruno e Danilo, sócio-proprietários do empreendimento, abordaram a importância de um local livre para artistas poderem externalizar suas expressões artísticas: “a cultura vive um pouco enlatada, eu acho muito dificultoso a vida do artista independente (...) porque ele fica refém de muitas regras e muitas censuras, e isso acaba matando a arte. A censura e a regra é o túmulo da arte” aponta Bruno.
Assim, com a visibilidade que o espaço deu a artistas independentes, e a originalidade na culinária e na estética do local, Biboca ajudou não só músicos, artistas visuais, urbanos e consumidores, mas contribuiu para a formação de uma identidade cultural autêntica maringaense. Fica a saudade e a gratidão pelo espaço.