“Mulheres em Chamas” tem apresentação única em Maringá

Miá Mello, Camila Raffanti e Juliana Araripe estreiam comédia sobre menopausa, liberdade e recomeço

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Três mulheres, 40+, presas em um elevador. Dezessete minutos sem sinal, sem ventilação e sem filtro. Assim começa “Mulheres em Chamas”, espetáculo que estreou dia 2 de julho, em São Paulo, e estará em Maringá no dia 10 de outubro para uma apresentação única no Teatro Marista. Os ingressos já estão à venda. 

Criado e protagonizado por Camila Raffanti, Juliana Araripe e Miá Mello, – nomes ligados a sucessos como “Mãe Fora da Caixa” e “Confissões das Mulheres de 30” –, o espetáculo, com direção de Paula Cohen, traz à cena um tema urgente e ainda pouco representado: a menopausa. Com humor, franqueza e sensibilidade, a peça quebra o silêncio sobre uma fase que atravessa a vida de todas as mulheres, mas que ainda é cercada de tabu e desinformação.

A montagem equilibra o riso com a vulnerabilidade para romper com o silêncio secular em torno da menopausa, muitas vezes vivida na solidão por gerações anteriores. “Queremos tirar o tema da invisibilidade e tratá-lo com leveza, informação e humor, sem abrir mão da honestidade emocional”, destaca Paula Cohen. A encenação transita entre o realismo e a fantasia com liberdade estética. Os vídeos cênicos do estúdio Bijari e a paleta de cores vibrantes dialogam com os figurinos simbólicos criados por Iara Wisnik. Tudo se articula à luz poética de Marisa Bentivegna, compondo uma linguagem visual pop e afetiva que potencializa a experiência da dramaturgia em cena. A trilha original de André Caccia Bava sustenta e permeia a poesia entre a comédia e os temas mais sensíveis.

Durante o confinamento forçado dentro de um elevador, as personagens compartilham angústias, memórias e delírios, atravessadas por mudanças do corpo, pressão social e medo de perder o desejo. “O elevador simboliza essa paralisia do climatério, que nos arrebata de repente. Mas, aos poucos, nos libertamos — e, quando as portas se abrem, estamos mais conscientes”, comenta Camila Raffanti.

O texto mistura realidade e ficção para retratar com humor o turbilhão interno da menopausa. “Tudo que é pessoal aproxima. O humor transforma tragédia em evolução. Existe o mundo real e o mundo hormonal — e conseguimos brincar com os dois”, diz Juliana Araripe. “Estamos fazendo check-in na senhora que queremos ser. E são as amigas que nos ajudam a atravessar essa fase sem achar que enlouquecemos de vez. Só um pouco”, brinca.

Miá Mello revela que a motivação surgiu da própria experiência. “Achei que fosse jet lag, mas eram os primeiros sintomas. Falar disso no teatro é oferecer ferramentas para atravessar esse período, que pode durar até 10 anos e ter mais de 70 sintomas”. Camila reforça: “Meu climatério começou aos 39. Rir disso é alívio — e quero que os homens riam com a gente também.”

A encenação transita entre o cotidiano e o absurdo para dar conta desse rebuliço hormonal. “Trouxemos o dia a dia, o explosivo, o hormonal — e é aí que surgem os momentos mais surrealistas”, diz Miá. Camila completa: “O que acontece dentro nem sempre combina com o que está fora. Às vezes, é tudo ao mesmo tempo — como na peça.”

Mulheres em Chamas é, acima de tudo, um espetáculo para todos: “As mulheres vão rir pela identificação, e os homens talvez entendam, pela primeira vez, o que se passa dentro da gente porque na peça mostramos a realidade e o outro mundo, o mundo hormonal que é bem surrealista. É para todas as idades — e principalmente para quem atravessa a menopausa. A gente precisa falar sobre isso”, diz Juliana Araripe.

 

Serviço: 

Espetáculo “Mulheres em chamas”

Com Miá Mello, Camila Raffanti e Juliana Araripe

Direção de Paula Cohen

Dia 10 de outubro (sexta) às 21h

Local: Teatro Marista 

Ingressos aqui.  

Classificação: 14 anos 

Duração: 80 minutos

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